terça-feira, 22 de setembro de 2009

Identidade Artística


Quando estudamos as obras dos grandes artistas do nosso planeta, podemos fazer certos comentários que valem para muito delas. Um comentário simples: os nossos conhecidos grandes artistas sempre acabam criando algo "diferente". Explico: quando entramos um contato com uma obra canônica sentimos um traço peculiar, uma combinação ímpar de acordes, uma certa maneira de colorir que se distanciam de modelos acadêmicos, normas convencionas, etc. Há certa beleza nos traços das figuras humanas (e das coisas da natureza também) de Leonardo da Vinci que sobressai aos olhos e afasta este pintor dos modelos convencionais de pintura de sua época. Digo o mesmo para o perfil melódico das obras de Mozart, algo como sua identidade melódica (o mesmo das sinfonias de Sibelius, mas aí vale um post somente para ele!). Esta identidade artística - até certo ponto fácil de notar - se mostra difícil de descrever (aliás como é difícil escrever sobre arte, traduzir sensações artísticas!). Esta identidade é fruto da mente do artista, daquilo que ele conseguiu sintetizar de conhecimento, técnica e sentimento. Colocar tudo isso numa obra é retirar dele mesmo um pedaço desta identidade e, a partir disso, poderíamos afirmar o seguinte: quanto mais um artista avança no campo de sua atuação mais ele deixa uma obra particular. O traço de Leonardo é um milagre artístico porque é uma síntese de um ser com uma mente extremamente avançada no campo da Arte - é isso torna seu traçado extremamente específico, e consequentemente difícil de se copiar (os que tentaram obtiveram maus resultados).

É muito tempo de trabalho e dedicação em uma área. A singularidade vem da síntese. (LV)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Movimento das Águas



Mergulhado num estudo sobre Leonardo da Vinci. Após folhear um livro que apresenta suas pinturas e desenhos mais famosos, o autor do livro resume em algumas linhas a busca constante do trabalho e da própria vida de Leonardo: o movimento das águas. Após ler isso, fui direto pesquisar livros, desenhos e pinturas do mestre italiano e aí que um mundo novo se mostrou aos meus olhos mais acostumado aos sons do que as cores. É impressionante a obstinação de Leonardo pela água e isso pode revelar coisas interessantíssimas. Leonardo era totalmente fascinado pelos movimentos da natureza. Ele tinha um método baseado em duas coisas fundamentais e tão esquecidas nos dias de hoje: observação e comparação. Seu método era simples mas contava com umas das mentes mais ricas e repleta de incríveis idéias que já passaram por este planeta. Parece que sentimos o amor de Leonardo por cada parte e objeto da natureza e isso percebemos ao vermos suas pinturas... O movimento dos corpos, a delicadeza do esvoaçar dos cabelos, o correr das águas como paisagem e as rochas ao fundo dos quadros. Para a mente de Leonardo as rochas, as águas, os corpos, as pessoas estavam conectadas umas as outras por um fio invisível. O fio tecido por uma criação extremamente diversa, rica, plural, e...conectada.

A água em várias momentos neste planeta foi vista como o símbolo da vida. O elemento vital. Leonardo via além disso. Ele não só via o símbolo da vida mas o próprio movimento da vida espelhado nos movimentos da água. Ele queria estudar a transição entre os movimentos, a conexão entre contrastes, a ligação entre pontos distantes. Querer ver isso na natureza é uma tarefa de muita coragem, de um pensamento avançado e extremamente criativo. É querer entrar nos movimentos que estão por detrás da criação das coisas e dos seres. O artista Leonardo (pintor, desenhista, escultor, músico) ao tomar esta atitude como principal de sua vida deu um passo gigantesco rumo ao futuro. Leonardo tentou tecer os fios da arte com a ciência. Fios constantes, contínuos, tênues como uma correnteza que avança em meio a um riacho rico em pedras (LV).


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Por trás da batuta
Quando assistimos a uma apresentação de uma orquestra ou de um coro não temos idéia de todo o trabalho que é feito para sincronizar o grupo, para que todos estejam em harmonia.
Mas, quem é o responsável por guiar todos e adequá-los a uma mesma sintonia?
É o regente!!
O regente transmite a música aos participantes da orquestra ou do coro, comunica-se com cada um deles sem usar palavras, apenas através dos gestos, olhares, expressões.
A regência é um ato de grande importância. Além de ser um ato musical, faz parte da comunicação. Através dela o maestro guia os músicos, interpreta a composição e passa aos integrantes o que deve ser feito Ele cria um elo entre todos os participantes, liderando comunicação entre eles.
O maestro precisa provocar nos músicos o desejo de tocar, deve inspirá-los, motivá-los. E tudo isso se dará através da comunicação!!
Ele deve passar a cada integrante uma mensagem clara e objetiva, para que assim o grupo possa chegar aos objetivos musicais!!
E através da comunicação o grupo estará unido e integrado!! (BC)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A brincadeira da música

A arte da música é a arte do movimento necessariamente. Mas, vamos lá, movimentar de onde para onde? De onde partir e para onde chegar? Direcionar o pensamento musical para quais estradas? Outro dia vendo um documentário sobre o impressionate maestro Sergiu Celibidache ficou claro para mim que a arte da música e a arte de ligar pontos (!). Diria o mesmo para a arte da regência. Ligar movimentos num tempo e momento exatos. Moldar o som a partir de conexões estabelecias pelo regente. Quanto eu era criança havia uma brincadeira com lápis e papel que eu muito gostava. Vc desenhava pontos isolados no papel e depois ligava-os formando quadrinhos com uma "x" no meio. Quem conseguia desenhar o maior número de quadradinhos ganhava o jogo. Pois é falando agora de pontos e conexões, mal sabia eu que estava exercitando - o que para mim hoje- é um dos pilares da interpretação musical: ligar pontos no espaço. Bendita brincadeira de criança... (LV)