terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um novo aprender

Quando pensamos numa educação musical nos dias de hoje é claro que encontramos enormes problemas. Para quem teve uma educação musical de conservatório, escola de música ou universidade, ao pensar hoje como deveríamos ser educados encontramos enormes questões abertas. Primeiro, o que aprendemos na faculdade é pura teoria: contraponto, fuga, harmonia. Matérias teóricas que são fundamentais (como todas as teorias) mas que se perdem em questões filosóficas sem uma utilidade prática. Como gostaria de aplicar nos arranjos musicas de hoje a complexidade de harmonias do século XX que tive por tantos anos, ou mesmo ser capaz de escrever uma composição com a base teórica do contraponto. Mas o que aconteceu? Por que minha memória não me acude nestas horas, por que me parece que o que eu aprendi está desalojado de mim mesmo, não ficando incorporado em meu conhecimento atual?
Existem inúmeras respostas para estas questões. Talvez porque sempre gostamos de dar saltos, de pular a simplicidade, de abarcar grandes questões...e por aí vai. Ou seja o caminho para a educação tem que ser refeito, ou melhor reaprendido. Aprender tem que ser algo vivo, com frescor e brilho, algo que se retenha na memória e seja capaz de se conectar com outras coisas que aprendemos. Algo leve e simples, mas profundo ao mesmo tempo. Algo que não tenha a arrogância tão típica do conhecimento materialista acadêmico. Aprender com sentimento de alegria, com a certeza de que construímos passo a passo, com a segurança de ter aprendido as primeiras lições. Que esse novo aprender retire o medo de se expressar nossos pensamentos, que nos faça mais donos das nossas opiniões, mais seguros de sermos nós mesmos. Ou seja, que possamos comunicar o que temos que é só nosso. Vivemos esse momento de uma novo aprender: como uma brisa que vem do mar e traz uma nova esperança para os nossos corações. (LV)



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