A questão do comunicação na música apresenta diversas facetas. Uma delas, das mais importantes, é a representação dos sinais da música grafadas em um papel: a partitura.
A partitura concretiza as idéias de um compositor e, ao mesmo tempo, possibilita que uma composição chegue a todos. A situação parece ser bastante simples - idéias musicais, elaboradas por um compositos, são codificadas através de uma linguagem e grafadas numa folha de papel.
No entanto, é aí que se apresentam questões interessantes.
Sinais gráficos musicais (figuras, ritmos, compasso, pausas) são elementos objetivos que podem ser facilmente aprendidos por qualquer pessoa e também facilmente identificados. Tocar uma música em determinada tonalidade, respeitar os valores das notas, seguir as intenções escritas pelo compositor também nos parece algo que possa ser um mínimo objetivo (claro que sempre estamos lidando com com algo subjetivo nisso tudo, pois sempre há alguém que interpreta a música).
O problema se dá com as questões que não transparecem na pauta musical (!). Sim, porque ao tocar uma música, se seguirmos apenas os elementos que estão escritos na pauta, a música soará correta, porém demasiado chata, sem cor, sem vida, ou seja: sem interpretação.
A interpretação coloca um problema intetessante entre a comunicação compositor-partitura e partitura-intérprete. Como grafar (comunicar) idéias que extrapolam a limitação de sinais gráicos? Como retirar da partitura os elementos interpretativos que extravasam a escrita musical?
O extremo oposto entre estas duas questões podem ser exemplificados por dois exemplos: uma composição musical do período barroco, em que encontramos o mínimos dos sinais musicais (notas, andamentos, durações) e uma obra de Mahler, em que o compositor obssessivamente tenta grafar tudo - dos sinais musicais convencionais até sentimentos, sugestões, etc.
E temos ainda a música popular (jazz por exemplo) cuja escrita não corresponde aos valores musicais desejados. Problema delicado que merece estudo. Comunicar idéias, sentimentos, intenções sempre será uma tarefa árdua para qualquer artista ou meio de arte. Parece-nos que sempre haverá choque entre questões objetivos (elementos materias) e intenções subjetivas (criadores-intérpretes). Tarefa árdua que todo artista tem que enfrentar. (LV)
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Henti Matisse: The Sorrow of the King
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