segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fome X Bruckner




É claro que para comunicar - dizer algo - é preciso, antes, pensar no que se vai dizer. Dizendo em outras palavras, devemos nos preocupar com o conteúdo. Esta é uma questão interessante: o velho problema ente forma e conteúdo. Para se tentar resumir o problema de forma bem simples poderíamos apresentá-lo assim: sempre por trás de uma comunição há uma idéia - um pensamento proposto. Tal pensamento pode ser algo bastante simples e direto, uma questão prática, etc. "Mãe, estou com fome". Estou com fome porque sinto algo diferente no meu corpo - sinais que me pedem comida. A comunicação é estabelecida através de uma necessidade. Mas, como comunicar pensamentos mais elaborados, adaptando-os a diferentes meios? O que, por exemplo, Bruckner quis comunicar com suas sinfonias gigantes? Não temos texto, não temos histórias ou programas para acompanhar o pensamento rico e criativo do compositor. Temos sim uma sonoridade bastante particular, uma orquestração típica e uma linguagem sintonizada com músicos de sua época (especialmente Wagner). O louco de tudo isso é que ao ouvir Bruckner voce sente sensações muito específicas... Bom, mas agora estou com fome, não da música de Bruckner, mas sim de um bom almoço da mamma.



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